Em 12.06, uma internauta, a Helen Cristina de Carapicuiba-SP, após ler um texto sobre o legado cultural dos Hebreus ao mundo ocidental no templodeapolo.net, postou o seguinte comentário:
Com todo respeito discordo totalmente, a civilização que mais influenciou o Ocidente foi sem dúvida a CIVILIZAÇÃO ROMANA. E nã preciso nem ficar explicando. O nosso ALFABETO, CALEDARIO, MESES DO ANO, DIREITO E ATÉ A RELIGIÃO e muito mais.
A Helen está com toda a razão!... Será? Bom, pelo menos em parte.
O Império Romano foi o maior de toda a história, pelo menos é o que afirmam alguns historiadores. Entretanto, há quem diga que foi o império unificado chinês de Chin Shi Huang Di, ou ainda o persa de Ciro II, ou quem sabe o estado-unidense de Roosevelt beneficiado pela 2ª Guerra? Enfim, isso vai depender de que lado pende o coração do historiador que afima. Mas o fato é que sendo o maior da história ou não, o Império Romano foi de longe quem "direcionou" o mundo ocidental. Os cidadãos romanos - note que há diferença entre romano de nascimento e cidadão romano. No final do séc. IV a.e.c., os 'status' de romano estava completamente reduzido há poucas pessoas que de fato nasceram na cidade eterna. - moldaram as sociedades ocidentais - e orientais também, por que não? - assim como a Helen falou, com a LÍNGUA, CALENDÁRIO, DIREITO, RELIGIÃO, etc. etc. Mas, de tudo isso, o que é efetivamento romano? Bom, não se espante, porque de todo legado nos chegou, pouca coisa, e eu digo, muito pouca coisa mesmo era de fato romano.
Se fosse feita a seguinte pergunta para um pesquisador: Qual a chave de sucesso dos romanos? Há os que diriam que foi a vitória sobre cartago que os "obrigou" a conquistarem várias cidades para se "protegerem"; Ou ainda a disciplina e homogeneidade de seu exército; Ou quem sabe tudo isso mais o fato do declínio dos impérios orientais. Na realidade todos esses fatos contribuiram efetivamente para a expansão da influência romana, mas o verdadeiro segredo do sucesso romano está na habilidade de "absorver" o povo conquistado. Absorver sua cultura, suas técnicas no fabrico de armas e construções civis, seus costumes e ainda a tolerância religiosa desde que houvesse respeito à religião oficial do império e que essas seitas não causassem distúrbios civis nas cidades conquistadas.
Os romanos agregavam a seu império todos os aspectos dos povos conquistados e ao mesmo tempo padronizavam a cidade recém absorvida com o modo romano de vida. Dessa forma, o Império Romano seguia "padronizando" o mundo até então conhecido com influência das técnicas mais eficazes, das culturas mais refinadas dos mais diversos povos ao longo do império.
Poderia passar o resto do dia somente enumerando o que os romanos adaptaram dos povos conquistados à seu proveito, mas os exemplos mais destacados são sem dúvida: as ciências e artes dos gregos, a religião de gregos, persas, egípcios - o monoteísmo hebreu tem origem egípcia, e não foi algo elaborado pelos antigos israelitas - o cimento macedônico, os tijolos da mesopotâmia dentre muitas outras coisas.
E de tudo isso, o que era efetivamente romano? Sem dúvida sobra muito pouco o que poderíamos afirmar pertencer ao lácio; são exemplos: o calendário juliano - mas temos que fechar os olhos para nao ver ai também, influências orientais - a língua latina que é a mãe de nove línguas atuais - também aqui, vamos ignorar a influência etrusca e ainda dialetos tribais do antigo lácio - as plantas das cidades com ruas retas e quadras, o apreço por grandes espetáculos como jogos de futebol, dentre outras atrações etc.
O verdadeiro papel da civilização romana, e sua efetiva importância na formação do mundo ocidental, foi sua capacidade de absorver o que houve de melhor das mais diversas culturas, desde os tribalistas celtas até aos refinados gregos e egípcios, e repassar todos esses valores e legados para nosso mundo atual.
A verdadeira ironia da história reside no fato de que a chave do sucesso para o domínio do mundo "a capacidade de absorver" foi também o segredo de sua ruína, por dois motivos distintos: primeiro a perda da identidade romana, afinal, a civilização dos III e IV séculos era completamente diferente do séc I e II a.e.c., os valores propriamente romanos foram quase totalmente perdidos; E segundo, o fracasso e a recusa em agregar a seu império as sucessivas massas de povos oriundos dos mais diversos cantos da europa. Os chamados "povos bárbaros" movimentavam-se à procura de terras aráveis pela europa causado sérios distúrbios nas fronteiras romanas levando essa gloriosa civilização ao colapso, quase parando o relógio da evolução humana durante a idade média, afinal, a mais prejudicial de todas as influências estrageiras agora germinava no utero romano: o cristianismo.
Ponto de vista
segunda-feira, 13 de junho de 2011
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Democracia, um modelo de governo obsoleto
Hoje, ao "fuçar" no Twitter à procura de perfis interessantes, encontrei os @PensadoresFalam, a princípio, julguei ser um perfil de filosofia e acabei por segui-lo. Entretanto, logo percebi que se trata de Política. Pessoalmente não gosto muito de política, mas a frase de topo do perfil meu chamou a atenção:
"O meu ideal político é a Democracia, para que todo o Homem seja respeitado como indivíduo, e, nenhum venerado" AlbertEinstein.
Esse foi o estopim para uma interessante discussão política entre mim e dono do perfil. Discordo plenamente desse gênio e ícone da física mundial, de mesmo nível, se não superior à Newton: Albert Einstein. Discordo pois a democracia, no meu ponto de vista, é tão utópica quanto o socialismo de Karl Marx, é apenas uma oligarquia disfarçada que beneficia somente poucas pessoas. Basta ver os resultados das eleições brasileiras onde ganham sempre as mesmas pessoas, sempre as mesmas organizações, empresas e grupos continuam beneficiados por uma imagem falsa passada à massa da população que os colocam ou renovam seus mandatos no poder.
A democracia foi um modelo criado em Atenas após a queda de Hípias, o último tirano ateniense. Não necessáriamente que o governo de Hipias tenha sido ruim, mas o fato é que o povo ateniense não suportava a idéia de um Rei, ou um Tirano no poder. Eles eram arrogantes e orgulhosos por sua cultura distinta dos asiáticos e simplesmente não podiam tolerar se curvar a um soberano da mesma forma que os bárbaros faziam ao Rei da Pérsia, ou qualquer outro chefe de tribo celta.
Foi então que Clístenes, filósofo, político e legislador de Atenas, da família dos Alcmeônidas, através de uma série de artimanhas políticas, alianças com Esparta, e outros estratagemas, conseguiu derrubar o último tirano e instituir a democracia na cidade. Suas idéias inspiraram a definição de democracia seguida por reformadores de todos os tempos, ou seja, o princípio da igualdade é direito de todos, e a participação ativa de todos os cidadãos na vida pública deve ser favorecida. Resumindo, na Atenas clássica, todo cidadão, ao menos uma vez vida era obrigado a assumir um cargo público. A democracia fez com que essa outrora pequena cidade da periferia do imenso Império Persa, se torna-se a mais poderosa cidade grega por mais de cinquenta anos.
Bom, tudo isso muito ótimo para Atenas, em um contexto completamente diferente do Brasil do século XXI. Esse sistema é tão utópico quanto ao comunismo, pois na realidade, o que ocorre em nosso país é uma oligarquia semelhante à República Romana anterior à ascenção dos grandes generais, Sulla, ou Sila, e Gaius Julius Caesar.
No sistema romano, dos séc. I e II a.e.c., o governo estava nas mãos apenas das mais ricas e tradicionais famílias romanas. Claro que esse sistema permitia que subisse ao poder os então chamados, "homo novus", ou "novos homens", ou seja, pessoas geralmente de origem humilde que não pertencia às tradicionais famílias romanas, como Mario, o consul romano que reformou o exército. Na Roma dessa época havia sempre uma grave disputa entre os patricios e plebeus por direitos políticos, e no final das contas, a balança sempre pendia para o lado dos patrícios.
Hoje em dia, não há muita diferença entre nosso sistema político e o utilizado na República Romana, uma oligarquia maquiada onde o poder sempre fica nas mesmas mãos, e o povo, sempre na ilusão de estar ecolhendo seus governantes, quando na verdade, são induzidos a votar sempre nas mesmas figuras ou ideias políticas defazadas, um completo jogo de cartas marcadas. A democracia, esse sistema obsoleto, já não serve mais para governar 200 milhoes de pessoas em um Estado onde a educação atinge índiceis mediocres, um povo que não sabe o significado da palavra impeachment, tão usada na moda dos anos 90.
Contudo, há de se olha para frente, assim como em todos os aspectos de qualquer sociedade, o sistema de governo deve evoluir, alcançar novos patares em seu próprio desenvolvimento, e não continuar patinando no mesmo lugar, beneficiando sempre uma pequena minoria que se apoia no atual imperialismo estado-unidense, que por detrás das cortinas, segue derrubando todo e qualquer sistema de governo que não beneficie seus próprios interesses, em outras palavras, as tiranias orientais, ou como se preferirem, os chamado países do "eixo do mal" ou ainda "colaboradores do terrorismo".
Assim como as cidades, as técnicas e tecnologias progridem, o sistema de governo também deve evoluir. O comunismo serviu para os sumérios até o momento em que estes precisaram "ter o que fazer" com o seu excedente, e a chegada dos semitas os impulsionou a uma outra era. A Teocracia foi fundamental ao egito do antigo império que produziu as maiores obras arquitetoncias jamais produzidas pelo homem: as grandes pirâmides. A monarquia foi eficaz em pequenos reinos do norte da europa, ou ainda na ásia, a democraia na grécia, ou ainda a república na roma anterior ao séc. I a.e.c.... etc... etc... Mas, em um Estado como o Brasil, ou qualquer outro no mundo, onde grandes massas são controladas por pequenas oligarquias, faz-se necessário um novo modelo, não somente mais justo, como também eficiente para enfrentar os novos desafios do futuro.
Vivemos em um tempo de consumo, onde a explosão da informação transforma a sociedade de uma forma sem precedentes. Não conseguiremos viver nesse ritmo por muito tempo, pois como tudo nesse plano físico, os recursos um dia chegarão ao fim, outras alternativas para o abasteciemento tanto de energias como de alimentos devem ser continuamente pesquisadas, e a atual democracia é completamente ineficiente para enfrentarmos esses novos desafios.
Ou nós evoluimos para enfrentar a escassez de recursos e catástrofes naturais, ou seremos mais uma espécie extinta. Para o planeta isso não significa nada, afinal, se compararmos a época da formaçao da terra até hoje com um dia, toda nossa existência desde o aparecimento do primeiro hominídeo, não terá passado de 17 minutos. Mas ainda sim, seria uma lamentável perda a extinção de um animal tal fabulosamente fantástico e inteligente que até agora, pelo que sabemos, é único no universo.
Tudo bem, você deve estar pensando: "Ele falou tanto sobre diversas coisas condenando a democracia, mas não sugeriu uma alternativa"... Bem, esse é um assunto para uma próxima postagem, mas posso adiantar, que no meu modo de entender, o governo deve ser exercido por um grupo seleto de pessoas devidamente preparadas com conhecimento de toda nossa história, tecnologia, cultura... e não por um bando de "ladrões" - que nada são além de representantes do que é nossa sociedade brasileira - completamente despreparados que constroem seu caminho para o poder manipulando sua imagem frente a um povo semi-analfabeto que aparece na TV chorando pela "falta de leitos" nos hospitais, mas que amanhã, vota no mesmo responsável pela precariedade do atendimento do SUS.
Lamentável...
terça-feira, 7 de junho de 2011
O Dia do Curinga - GAARDER, Jostein
Hoje terminei a leitura de "O dia do Curinga, de Jostein Gaarder, o mesmo autor de O Mundo de Sofia. Jostein nos leva a confrontar e a "filosofar" sobre questões fundamentais de nossa existência, perguntas como "O que somos?" "De onde viemos?".
Hans-Thomas, um menino noruguês viaja de carro com seu pai pela Europa até, Atenas com o objetivo de "resgatar" sua mãe, perdida em seus próprios propósitos. No desenrolar dessa viagem, pai e filho se desviam de sua rota e vão parar em Dorf, um pequeno vilarejo nos Alpes suiços. Quando Hans-Thomas entra na padaria do velho Ludwig, sua viagem se transforma em uma inteligente aventura onde o garoto acaba conhecendo a "maldição" de sua família, repleta de curingas diferentes da maioria das cartas, ou pessoas comuns.
Com a mesma maestria de sua obra mais famosa, O mundo de Sofia, o autor transporta-nos a um mundo criado pelo náufrago HANS que literalmente dá vida ao seu jogo de Cartas, suas únicas companheiras nessa ilha inabitada. Questões básicas sobre a humanidade, os deuses e tudo aquilo que desvia nossa atenção das maravilhas da vida, do ser altêntico são catalisadoras de reflexões que acompanham a leitura.
Hans-Thomas, um menino noruguês viaja de carro com seu pai pela Europa até, Atenas com o objetivo de "resgatar" sua mãe, perdida em seus próprios propósitos. No desenrolar dessa viagem, pai e filho se desviam de sua rota e vão parar em Dorf, um pequeno vilarejo nos Alpes suiços. Quando Hans-Thomas entra na padaria do velho Ludwig, sua viagem se transforma em uma inteligente aventura onde o garoto acaba conhecendo a "maldição" de sua família, repleta de curingas diferentes da maioria das cartas, ou pessoas comuns.
Com a mesma maestria de sua obra mais famosa, O mundo de Sofia, o autor transporta-nos a um mundo criado pelo náufrago HANS que literalmente dá vida ao seu jogo de Cartas, suas únicas companheiras nessa ilha inabitada. Questões básicas sobre a humanidade, os deuses e tudo aquilo que desvia nossa atenção das maravilhas da vida, do ser altêntico são catalisadoras de reflexões que acompanham a leitura.
Aah... Essas vozes em minha cabeça!
Basta alguns minutos em completo silêncio e pronto, lá vem elas! Tão perturbadoras e ao mesmo tempo tão reconfortantes, tão exigentes e consoladoras... Essas vozes que se multiplicam em meus pensamentos aparecem sempre nos momentos em que estou mais perto de mim mesmo, absorto naquilo que Platão chamava de "mundo das idéias". E são essas mesmas vozes que me instigam a tentar fazer esse "download", trazer para o mundo físico, ou ao menos tentar, uma fração desse brilho radiante que são as ideias em sua morada de perfeição e equilíbrio.
Após tanta cobrança dessas vozes, essas Musas inspiradoras, enfim resolvi criar esse Blog, esse diário de um louco onde tentarei registrar tudo aquilo que foi processado em minha mente, todos os lampejos de minhas ideias que gritam desesperadas por se libertarem de minha cabeça e se fazerem reais aqui nesse mundo, nesse rascunho imperfeito onde vivemos.
Peço que essas Musas me alimentem com sua inspiração! Que Mneme inunde minha elucidação com "flashes" fieis de minhas lembranças... Que Clio sopre em meus ouvidos todas as experiencias humanas que ja estudei... Que Urânia enriqueça meus pensamentos com exemplos de nosso macrocosmo... enfim.. que Polímnia dê-me o dom do verbo para que eu consiga me expressar e ser entendido por quem quer que seja que venha consumir precisos minutos de vida lendo as bobagens que escrevo.
Após tanta cobrança dessas vozes, essas Musas inspiradoras, enfim resolvi criar esse Blog, esse diário de um louco onde tentarei registrar tudo aquilo que foi processado em minha mente, todos os lampejos de minhas ideias que gritam desesperadas por se libertarem de minha cabeça e se fazerem reais aqui nesse mundo, nesse rascunho imperfeito onde vivemos.
Peço que essas Musas me alimentem com sua inspiração! Que Mneme inunde minha elucidação com "flashes" fieis de minhas lembranças... Que Clio sopre em meus ouvidos todas as experiencias humanas que ja estudei... Que Urânia enriqueça meus pensamentos com exemplos de nosso macrocosmo... enfim.. que Polímnia dê-me o dom do verbo para que eu consiga me expressar e ser entendido por quem quer que seja que venha consumir precisos minutos de vida lendo as bobagens que escrevo.
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