segunda-feira, 13 de junho de 2011

Roma, uma encruzilhada de culturas

Em 12.06, uma internauta, a Helen Cristina de Carapicuiba-SP, após ler um texto sobre o legado cultural dos Hebreus ao mundo ocidental no templodeapolo.net, postou o seguinte comentário:

Com todo respeito discordo totalmente, a civilização que mais influenciou o Ocidente foi sem dúvida a CIVILIZAÇÃO ROMANA. E nã preciso nem ficar explicando. O nosso ALFABETO, CALEDARIO, MESES DO ANO, DIREITO E ATÉ A RELIGIÃO e muito mais.

A Helen está com toda a razão!...  Será? Bom, pelo menos em parte.

O Império Romano foi o maior de toda a história, pelo menos é  o que afirmam alguns historiadores. Entretanto, há quem diga que foi o império unificado chinês de Chin Shi Huang Di, ou ainda o persa de Ciro II, ou quem sabe o estado-unidense de Roosevelt beneficiado pela 2ª Guerra? Enfim, isso vai depender de que lado pende o coração do historiador que afima. Mas o fato é que sendo o maior da história ou não, o Império Romano foi de longe quem "direcionou" o mundo ocidental. Os cidadãos romanos - note que há diferença entre romano de nascimento e cidadão romano. No final do séc. IV a.e.c., os 'status' de romano estava completamente reduzido há poucas pessoas que de fato nasceram na cidade eterna. - moldaram as sociedades ocidentais - e orientais também, por que não? - assim como a Helen falou, com a LÍNGUA, CALENDÁRIO, DIREITO, RELIGIÃO, etc. etc. Mas, de tudo isso, o que é efetivamento romano? Bom, não se espante, porque de todo legado nos chegou, pouca coisa, e eu digo, muito pouca coisa mesmo era de fato romano.

Se fosse feita a seguinte pergunta para um pesquisador: Qual a chave de sucesso dos romanos? Há os que diriam que foi a vitória sobre cartago que os "obrigou" a conquistarem várias cidades para se "protegerem"; Ou ainda a disciplina e homogeneidade de seu exército; Ou quem sabe tudo isso mais o fato do declínio dos impérios orientais. Na realidade todos esses fatos contribuiram efetivamente para a expansão da influência romana, mas o verdadeiro segredo do sucesso romano está na habilidade de "absorver" o povo conquistado. Absorver sua cultura, suas técnicas no fabrico de armas e construções civis, seus costumes e ainda a tolerância religiosa desde que houvesse respeito à religião oficial do império e que essas seitas não causassem distúrbios civis nas cidades conquistadas.

Os romanos agregavam a seu império todos os aspectos dos povos conquistados e ao mesmo tempo padronizavam a cidade recém absorvida com o modo romano de vida. Dessa forma, o Império Romano seguia "padronizando" o mundo até então conhecido com influência das técnicas mais eficazes, das culturas mais refinadas dos mais diversos povos ao longo do império.

Poderia passar o resto do dia somente enumerando o que os romanos adaptaram dos povos conquistados à seu proveito, mas os exemplos mais destacados são sem dúvida: as ciências e artes dos gregos, a religião de gregos, persas, egípcios - o monoteísmo hebreu tem origem egípcia, e não foi algo elaborado pelos antigos israelitas - o cimento macedônico, os tijolos da mesopotâmia dentre muitas outras coisas.

E de tudo isso, o que era efetivamente romano? Sem dúvida sobra muito pouco o que poderíamos afirmar pertencer ao lácio; são exemplos: o calendário juliano - mas temos que fechar os olhos para nao ver ai também, influências orientais - a língua latina que é a mãe de nove línguas atuais - também aqui, vamos ignorar a influência etrusca e ainda dialetos tribais do antigo lácio - as plantas das cidades com ruas retas e quadras, o apreço por grandes espetáculos como jogos de futebol, dentre outras atrações etc.

O verdadeiro papel da civilização romana, e sua efetiva importância na formação do mundo ocidental, foi sua capacidade de absorver o que houve de melhor das mais diversas culturas, desde os tribalistas celtas até aos refinados gregos e egípcios, e repassar todos esses valores e legados para nosso mundo atual.

A verdadeira ironia da história reside no fato de que a chave do sucesso para o domínio do mundo "a capacidade de absorver" foi também o segredo de sua ruína, por dois motivos distintos: primeiro a perda da identidade romana, afinal, a civilização dos III e IV séculos era completamente diferente do séc I e II a.e.c., os valores propriamente romanos foram quase totalmente perdidos; E segundo, o fracasso e a recusa em agregar a seu império as sucessivas massas de povos oriundos dos mais diversos cantos da europa. Os chamados "povos bárbaros" movimentavam-se à procura de terras aráveis pela europa causado sérios distúrbios nas fronteiras romanas levando essa gloriosa civilização ao colapso, quase parando o relógio da evolução humana durante a idade média, afinal, a mais prejudicial de todas as influências estrageiras agora germinava no utero romano: o cristianismo.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Democracia, um modelo de governo obsoleto

Hoje, ao "fuçar" no Twitter à procura de perfis interessantes, encontrei os @PensadoresFalam, a princípio, julguei ser um perfil de filosofia e acabei por segui-lo. Entretanto, logo percebi que se trata de Política. Pessoalmente não gosto muito de política, mas a frase de topo do perfil meu chamou a atenção:

terça-feira, 7 de junho de 2011

O Dia do Curinga - GAARDER, Jostein

Hoje terminei a leitura de "O dia do Curinga, de Jostein Gaarder, o mesmo autor de O Mundo de Sofia. Jostein nos leva a confrontar e a "filosofar" sobre questões fundamentais de nossa existência, perguntas como "O que somos?" "De onde viemos?".

Hans-Thomas, um menino noruguês viaja de carro com seu pai pela Europa até, Atenas com o objetivo de "resgatar" sua mãe, perdida em seus próprios propósitos. No desenrolar dessa viagem, pai e filho se desviam de sua rota e vão parar em Dorf, um pequeno vilarejo nos Alpes suiços. Quando Hans-Thomas entra na padaria do velho Ludwig, sua viagem se transforma em uma inteligente aventura onde o garoto acaba conhecendo a "maldição" de sua família, repleta de curingas diferentes da maioria das cartas, ou pessoas comuns.

Com a mesma maestria de sua obra mais famosa, O mundo de Sofia, o autor transporta-nos a um mundo criado pelo náufrago HANS que literalmente dá vida ao seu jogo de Cartas, suas únicas companheiras nessa ilha inabitada. Questões básicas sobre a humanidade, os deuses e tudo aquilo que desvia nossa atenção das maravilhas da vida, do ser altêntico são catalisadoras de reflexões que acompanham a leitura.

Aah... Essas vozes em minha cabeça!

Basta alguns minutos em completo silêncio e pronto, lá vem elas! Tão perturbadoras e ao mesmo tempo tão reconfortantes, tão exigentes e consoladoras... Essas vozes que se multiplicam em meus pensamentos aparecem sempre nos momentos em que estou mais perto de mim mesmo, absorto naquilo que Platão chamava de "mundo das idéias". E são essas mesmas vozes que me instigam a tentar fazer esse "download", trazer para o mundo físico, ou ao menos tentar, uma fração desse brilho radiante que são as ideias em sua morada de perfeição e equilíbrio.

Após tanta cobrança dessas vozes, essas Musas inspiradoras, enfim resolvi criar esse Blog, esse diário de um louco onde tentarei registrar tudo aquilo que foi processado em minha mente, todos os lampejos de minhas ideias que gritam desesperadas por se libertarem de minha cabeça e se fazerem reais aqui nesse mundo, nesse rascunho imperfeito onde vivemos.

Peço que essas Musas me alimentem com sua inspiração! Que Mneme inunde minha elucidação com "flashes" fieis de minhas lembranças... Que Clio sopre em meus ouvidos todas as experiencias humanas que ja estudei... Que Urânia enriqueça meus pensamentos com exemplos de nosso macrocosmo... enfim.. que Polímnia dê-me o dom do verbo para que eu consiga me expressar e ser entendido por quem quer que seja que venha consumir precisos minutos de vida lendo as bobagens que escrevo.